Com a atuação impecável da atriz pessoense Georgina Furtado, o monólogo teatral Anayde: A Panthera dos Olhos Dormentes chega a Picuí, nesta quarta-feira (29), às 15 horas, na Escola Ana Maria Gomes, em Picuí. O monólogo é baseado no livro Anayde Beiriz — Panthera dos Olhos Dormentes, de Marcus Aranha, com adaptação para o teatro do professor de filosofia José Flávio Silva. A obra fala de uma Anayde intelectual, leitora, apaixonada, feminina e moderna, o que a fazia uma mulher além do seu tempo. A peça, assim como o livro, aborda a troca de correspondência entre Anayde e o homem que foi verdadeiramente seu grande amor: o estudante de medicina Heriberto Paiva. O livro teve como fonte de pesquisa o próprio diário de Anayde, intitulado Cartas do meu grande amor — dolorosas reminiscências do sonho desfeito da minha mocidade.
A encenação é do picuiense Carlos Cartaxo, professor universitário da UFPB, escritor (prêmio Jabuti de Literatura) e diretor de teatro. Recentemente, Cartaxo tornou-se doutor em Artes Visuais e Educação pela Universidade de Barcelona. Sobre o monólogo Cartaxo afirma: “Encenar um texto cujo foco é Anayde é abrir o debate em que a mulher se posiciona como elemento central na sociedade pós-moderna”. A Anayde que a peça aborda, não é aquela que esteve no meio do conflito político entre João Dantas e João Pessoa. Muito menos aquela que Tizuka Yamazaki trata, equivocadamente, no filme Parahyba mulher macho, como amante de João Dantas. Mas, a mulher à frente de seu tempo na década de 20 do século passado, escritora e leitora ávida, intelectual que frequentava saraus poéticos e foi apaixonada pelo estudante de medicina Heriberto Paiva. O rapaz estudava no Rio de Janeiro e ela morava em Parahyba do Norte. A distância fazia do namoro uma troca de cartas de amor, declarações e projetos de construção familiar. Todavia, a intelectualidade que fazia par à sensibilidade de Anayde, provocou o rompimento na relação amorosa do casal. A peça foca a mulher dinâmica, professora, que rompia paradigmas até com seu corte de cabelo”.
Uma peça belíssima, onde poesia e história se confundem. Imperdível!
(Adaptado por Wellyson Marlon Jr.)
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