O poeta Francisco Moura
de Macedo Neto nasceu em 31 de março de 1993 em Picuí, Paraíba. Filho de
uma família pobre, desde criança demonstrou certa curiosidade por coisas de
natureza cientifica. Nunca conheceu o pai, pois esse abandonou sua mãe quando ainda
ele era um bebê. Por sorte seus avôs o adotaram, pois na época a mãe não tinha
condições de criar a pequena criatura anêmica.
Conheça seu poema:
Carrega em suas mãos
A bandeira da mudança.
O vento do leste
Vem de longínquo superando
As velhas folhas secas
Que caíram na ultima
primavera
Por entre estilhaços de
bala.
As vozes mortas não há
De lamentar mais suas
dores.
A esperança que morava
Nos olhares famintos do
povo desgarrado
Também tornou-se em
sangue.
Assim como o rio
cristalino
Que corre entra as
campinas minadas.
A veemência das palavras
belas
E, a euforia das massas
Quebrantava os corações.
Quão eloquente as falas
Que ecoavam em meio a
praça pública.
Anunciando novos tempos e
prósperos dias.
Na viração do dia
Corria a noticia na
pequena cidade.
Um motim, um movimento e
outras queixas.
Talvez fosse dia de chuva ou algo parecido.
A todo vapor vêm, e vem
cortando o vento
Sua fúria cai sobre os
homens
Como um martelo que
esmiúça
A mais dura rocha. Do
outro lado
Pode-se ouvir o choro das
crianças.
Os berros de suas rodas de
ferro
Cortando os trilhos
Além das montanhas se vai
seu som devastador.
O céu de repente tornou-se
puro carvão,
Mais tão escuro que quem
se pusesse a olhar
Temia ser o fim.
As folhas secas das
causadas
Jogadas ao leu, sem norte
e sem flor
Arrastadas foram pisadas
foram sem piedade.
O vento análogo ao flagelo
de couro
Cortavam-lhes a carne. O
suor salgado
Misturado ao sangue quente
das muitas agonias
Vertiam de seus corpos no
calor do meio-dia.
Do meu lado, chorava o
homem
Que por quase pouco viveu sua utopia ufana.
As quimeras em uma só chibatada
lhes foram tiradas.
Tão profunda é a dor que em um só golpe destrói
Ate seus mais profundos sonhos.
Os bons tempos prometidos
Não os viu chegar, pois
nunca aconteceu.
O pobre homem sucumbiu na
vala fria.
Em cada rosto eu notava os
mais sutis detalhes,
Quem outrora brilhava e
sorria hoje arrependidos
Lamentam, a cada dia que
passam presos
Aos grilhões de ferro. F. Moura
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